Sanidade Vegetal

O que é a Sanidade Vegetal?

É um conjunto de ações tomadas para diminuir o risco de entrada e disseminação de pragas exóticas, capazes de provocar danos econômicos, especialmente nas culturas que tenham importância econômica e social para o Estado.

·      Serviços oferecidos

- Cadastramento de propriedades rurais, Unidades de Produção (UP), Unidades de Consolidação (UC) produtoras e receptoras de produtos vegetais hospedeiros de pragas quarentenárias presentes;

- Atendimento à notificação suspeita de ocorrência de pragas quarentenárias;

- Inspeção/Fiscalização em propriedades rurais de culturas hospedeiras de pragas quarentenárias;

- Emissão de Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV) destinados ao comércio interestadual. A PTV é baseada no Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) ou Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado (CFOC). É obrigatório para transporte de vegetais hospedeiros de pragas quarentenárias;

- Realizar vigilância ativa em área de risco fitossanitário nas culturas hospedeiras de pragas quarentenárias presentes;

 

 ·      Ações Desenvolvidas

 1- Cultura dos Citros

Em Alagoas, a cultura dos citros possui uma área plantada de 10.586 ha e uma produção de 156.036 toneladas anuais, sendo a terceira maior produção de laranja do Nordeste (IBGE, 2017). Segundo Almeida 2011, é a maior produção nacional de laranja lima (Citrus senensis) (L.). Entre os municípios que compõem o parque citrícola, destaca-se Santana do Mundaú como maior centro produtor de laranja lima, responsável por cerca de 66% da produção estadual (IBGE,2016), essa atividade apresenta-se como principal atividade econômica do município. A comercialização da produção somente pode ser realizada para outras Unidades da Federação mediante a certificação da lavoura através da Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV) embasada no Certificado Fitossanitário de Origem (CFO,) emitido pelo responsável técnico habilitado nas pragas quarentenárias da cultura.

 1.2 - Programas

·         Programa de Prevenção, Controle e Erradicação da Praga Cancro Cítrico

 O Cancro cítrico é causado pela bactéria Xanthomonas citri subsp.citri. Ataca todas as variedades e espécies de citros e constitue-se numa das mais graves doenças dessa cultura no Brasil. Não há medidas de controle capazes de eliminar completamente a doença. É de fácil dispersão e, é disseminada por veículos, implementos agrícolas, materiais de colheita, mudas, frutos, ramos, folhas e resto de material.   

A doença manifesta-se por lesões salientes em folhas, frutos e ramos, e quando em altas severidades pode provocar a queda de frutos e folhas com sintomas. A infestação de uma área exige a erradicação das plantas doentes e como não existe tratamento, todo material contaminado o deve ser erradicado.

 ·         Programa de Prevenção e Erradicação da Praga Huanglongbing (HLB)

 O HLB é a mais destrutiva doença dos citros no Brasil. Ataca todos os tipos de citros e não há cura para as plantas doentes. É causada pela bactéria Candidatus Liberibacter spp, se desenvolve dentro da planta e obstrui a distruibuição da seiva do floema, que causa inicialmente o aparecimento de um ramo com folhas amareladas, destacando-se dos demais de folhas verdes. Com a evolução da doença outros ramos produzem o sintoma e ocorre a desfolha, seca e morte dos ponteiros das árvores, como também a deformação, maturação irregular, redução e queda dos frutos. As bactérias do HLB são transmitidas pelo psilídeo Diaphorina citri.

 

 ·         Programa de Prevenção e Controle da Praga Pinta Preta dos Citros

 É uma doença causada pelo fungo Guignardia citricarpa, que afeta todas as variedades de laranjas doces, limões verdadeiros, tangerinas e híbridos. Disseminada por meio de mudas, restos de materiais vegetais, água da chuva e vento. A doença não provoca alterações no sabor dos frutos, que podem ser comercializados para a indústria de suco, mas, devido à aparência, tornam-se impróprios para o mercado de fruta fresca. Uma das principais características da pinta preta é que os frutos podem estar contaminados, sem apresentarem os sintomas típicos da doença. O aparecimento de sintomas pode demorar até um ano, dependendo da variedade e das condições ambientais. Há vários tipos de lesões, nomeados de acordo com suas características, que podem variar dependendo do tamanho do fruto, condição climática e tipo de esporo responsável pela infecção.

 

·         Programa de Prevenção e Controle do Ácaro Hindu dos Citros)

O ácaro hindu dos citros (Schizotetranychus hindustanicus) apresenta coloração amarela esverdeada, com manchas escuras na região lateral do corpo. A fêmea é oval, levemente achatada e o macho é periforme com pernas relativamente longas. Esse constroi pequeno ninhos coberto por uma fina teia.

Os danos observados em citros consistem em manchas esbranquiçadas sobre frutos e na face adaxial da folha, como também uma fina teia sobre a qual há ovos, fase imatura e adultos.

Esta praga pode afetar significativamente o valor comercial dos frutos para o comércio “in natura” e, em altas infestações, podem reduzir a taxa fotossíntética da planta e, consequentemente, a produção.

 

·         Programa de Prevenção e Controle da Morte Súbita dos Citros

A Morte Súbita dos Citros (MSC) é uma doença destrutiva que afeta laranjeiras doces e tangerinas cravo e ponkan enxertadas em porta-enxertos sob limoeiros cravo, volkameriano e rugoso. Constitui uma ameaça potencial a citricultura por causar prejuízos econômicos diminuindo o tamanho da planta, peso e quantidade de frutos.

As plantas afetadas pela MSC sofrem uma perda generalizada do brilho das folhas, amarelecem, emitem poucas brotações externas, seguido de murcha com perda total ou parcial das folhas e redução de frutos. O principal sinal característico da doença é a cor amarelada que aparece na parte interna da casca do porta-enxerto, abaixo da zona de enxertia, que pode ser visível ao se retirar a casca ou a raspar as camadas internas. O sistema radicular da planta sofre uma grande redução do volume e apodrecem, culminando assim com a morte da planta.           

 

2- Cultura da Banana

A bananicultura em Alagoas assume um papel de relevante importância social e econômica, gerando emprego e renda para pequenos produtores, com a ocupação da mão-de-obra familiar.Segundo dados do Instiuto Brasileiro de Geografia e Estatítica (IBGE/2017), foi a segunda frutífera mais importante economicamente, ocupando uma área em torno de 6.759 hectares e com uma safra de 49.202 toneladas colhidas. A comercialização da produção somente pode ser realizada para outras Unidades da Federação mediante a certificação da lavoura através da Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV) embasada no Certificado Fitossanitário de Origem (CFO), emitido pelo responsável técnico habilitado nas pragas quarentenárias da cultura. 

 

2.1 - Programas

·         Programa de Prevenção e Controle da Praga Sigatoka Negra

 É uma doença causada pelo fungo Micosphaerella fijiensis e sua disseminação é fortemente influenciada por fatores ambientais como umidade, temperatura, luminosidade e vento, como também por folhas infectadas.

Os sintomas ocorrem nas folhas mais novas da planta, entretanto, os primeiros s aparecem na face inferior da folha, como estrias de cor marrom evoluindo para estrias negras, tendo como conseqüência necrose precoce da área foliar afetada, reduzindo a capacidade fotossintética da planta, e consequetemente a produtividade do bananal.

O estado de Alagoas desde 2007 é reconhecida pelo MAPA como Área Livre da praga Sigatoka Negra e, para manter este ‘status” vem realizando sistematicamente inspeções de campo em bananais comerciais como também em cultivos não comerciais, áreas de risco fitossanitário. 

  

·           Programa de Prevenção, Controle e Erradicação da Praga Moko da Bananeira   

A doença é causada pela bactéria Ralstonia solanacearum, raça 2. A disseminação da bactéria pode ocorrer de diferentes formas, dentre as quais se destacam o uso de ferramentas infectadas nas várias operações que fazem parte do trato dos pomares, bem como a contaminação de raiz para raiz ou do solo para a raiz. Outro veículo importante de transmissão são os insetos visitadores de inflorescências, tais como as abelhas e outros. Em plantas jovens caracterizam-se pela má-formação foliar, necrose e murcha da folha cartucho ou vela, seguidos de amarelecimento das folhas baixeiras. No pseudocaule ocorre o escurecimento vascular de coloração escura na região central. O escurecimento vascular também ocorre no engaço.

 

3 - Cultura da Palma Forrageira

A palma forrageira é uma cultura de grande importância para a sustentabilidade sócio-econômica do setor pecuário em todo o sertão de Alagoas, uma vez que é a fonte alternativa de alimentação para os animais em períodos de secas prolongadas. As variedades cultivadas no Estado são: palma redonda (Opuntia sp.), palma gigante ou graúda (Opuntia fícus indica) e palma miúda ou doce (Napolea cochenillifera).

 

3.1 - Programa

·         Controle da praga Cochonilha do Carmim (Dactilopius opuntiae) na cultura da Palma Forrageira.

 São insetos que vivem nas raquetes da palma forrageira, em colônias protegidas por uma cobertura de fios de cera de cor branca, quando essas colônias são pressionadas com a mão ou com um objeto, as fêmeas são esmagadas, liberando um líquido vermelho parecido com sangue, contendo ácido carmínico. Esses insetos são sugadores da seiva das plantas resultando no amarelecimento, debilidade e queda das raquetes até a sua morte, quando nenhuma medida de controle é adotada em tempo hábil. A principal medida voltada ao manejo da cochonilha-do-carmim, D. opuntiae é o cultivo de variedades tolerantes ao ataque dessa praga. Uma das formas de controlar é substituindo variedades suscetível como Gigante e “Redonda”pelas variedades variedades resistentes “Orelha-de-elefante-mexicana”, “Miúda”, e “IPA Sertânea”.

 

 4 - Cultura do Tabaco

A produção do tabaco em Alagoas, concentra-se na região do agreste, compreendendo os municípios de Arapiraca, Girau do Ponciano, Lagoa da Canoa, Craíbas, Feira Grande, Igaci, São Segastião, Junqueiro, Limoeiro de Anadia e Coite do Noia, Traipu e Taquarana. A variedade mais plantada é a Arapiraca em homenagem a cidade de maior destaque no plantio dessa cultura. Sua produção é destinada para dois mercados bem distintos, onde a partir da mesma planta são produzidas as folhas para capa de charutos para a exportação e fumo de corda ou rolo para o mercado interno.

 

4.1 -Programa

·         Programa de Manutenção do Reconhecimento Oficial da Condição de Área Livre do Mofo Azul do Tabaco

 O Programa de Área Livre da Praga Mofo Azul (Peronospora tabacina) do Tabaco foi criado em 2009, com o propósito em atender a demanda do setor produtivo e mercados mais exigentes quanto a padrões fitossanitários. Com o intuito de manter esse “status” a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas - ADEAL, no âmbito da Defesa Vegetal, vem desenvolvendo um trabalho estratégico e sistemático de levantamento de deteçcão em campo, durante os estágios fenológicos da cultura. Esta praga pode ocasionar perdas significativas da produção, limitando a exportação do tabaco para países consumidores.

 

5 - Frutíferas

Um dos maiores obstáculos à produção e livre comercialização de frutas frescas no Brasil e no resto do mundo é a presença de moscas-das-frutas em áreas comerciais. As moscas-das-frutas são uma preocupação constante nos países livres dessas pragas e, para proteger sua agricultura, criam barreiras sanitárias dificultando a importação de frutas produzidas em países onde elas ocorrem.

 

5.1 - Programa

·         Programa de Monitoramento da Mosca da Carambola

A mosca da carambola (Bactrocera carambolae) está restrita aos estados do Pará, Amapá e Roraima, onde estão sendo realizados programas oficiais de supressão e erradicação pelo Ministério da Agricultura Pecúaria e Abastecimento e Agências de Defesa desses Estados. O estado de Alagoas tem por obrigatoriedade monitorar através de armadilhas atrativas este inseto, complementando as ações de exigência dos países importadores.

 

6 - Cultura do Coqueiro

O coqueiro é uma cultura de grande importância para a região Nordeste do Brasil pelo seu elevado potencial sócioeconômico. É uma planta perene, de grande versatilidade e cultivada em sua grande maioria por pequenos produtores.Em Alagoas a produção comercial objetiva ao atendimento a dois tipos de demanda para o consumo sob forma de coco seco e para consumo de água

 

·         Programa de Monitoramento do vetor da praga Amarelecimento Letal do Coqueiro

 O amarelecimento letal é uma doença quarentenária ausente no Brasil, causada por um microrganismo do tipo fitoplasma que se dissemina por meio de insetos vetores, os quais se alimentam das folhas de palmáceas. Os sintomas começam pela queda repentina de todos os frutos da planta, tanto os grandes quanto os pequenos e após, ocorre o amarelecimento e queda das folhas mais velhas e o escurecimento e necrose das inflorescências. No estágio final, a planta apodrece e morre, restando apenas o estipe sem folhas. A Adeal realiza monitoramento do insetor vetor através de armadilhas adesivas amarelas instaladas em plantios de coqueiro.

 

6 - Certificação Fitossanitária

O Sistema de Certificação Fitossanitária é o ponto de partida para garantir a conformidade do produto, a possibilidade de rastreabilidade no processo e a confiabilidade na qualidade do produto colocado nos mercados internos e externos.

 

·        Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado (CFOC)

  • São os documentos fitossanitários que atestam a condição fitossanitária da carga na origem;
  •  Emitido pelo Responsável Técnico habilitado pela Adeal com o objetivo de fundamentar a emissão da Permissão de Trânsito de Vegetais para atender as exigências específicas da certificação fitossanitária de interesse da Unidade da Federação, ou exigência do país importador.

 

·        Permissão de Trânsito de Vegetais – PTV

  • É o documento de trânsito para acompanhar a partida de produtos com exigências fitossanitárias específicas, válida em todo o território nacional;
  • Emitido pela Adeal através dos fiscais habilitados em curso específico.   

 

 Abaixo os link com informações de pragas: 

 
 
LISTA DE HABILITADOS PARA EMISSÃO DE CFO 
 
 
MANUAL DE LEGISLAÇÃO
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